PARA FAZER UM SAMBA NASCER
PARA FAZER UM SAMBA NASCER
“Parabéns, palmas para os sambistas
Carnavalescos, artistas, sem vocês não tem show”
(Compositores: J. L. Fróes, Carlinhos Danoninho, Edmar Silva, Jorge 101, Fernando de Lima, Rafael França e Lee Santana)
O processo de criação de um samba-enredo é tão subjetivo quanto a poesia que compositor imprime em seu samba, visto que cada um tem uma técnica ou inspiração diferente do outro. Porém, alguns pontos são comuns no percurso desta criação.
O inicio do processo é a escolha do tema e da sinopse criada pelo autor do enredo da escola de samba. Com isso, o compositor tem nas mãos uma linha de raciocínio que guiará as escolhas de palavras numa seqüência que, por sua vez, farão referência ao enredo.
A ligação do samba-enredo com o enredo é importante para que os jurados possam observar, e ao mesmo tempo ouvir, a concretização da história contada no enredo e que se materializará nos adereços e fantasias elaborados pelo carnavalesco e apresentados no desfile.
Outro item que deve ser observado pelo compositor são as características da escola para a qual se está compondo e que devem se fazer presentes na composição a ser apresentada: se há a predominância de tons maiores ou menores; se a melodia permitirá a composição de um samba “de pegada”; se há utilização de símbolos referentes à escola; se as rimas, com sua riqueza poética, permitirão o crescimento do samba na voz do intérprete oficial; entre outros.
Quanto aos sambas-enredo capixaba, estes têm agregado valores com a participação de compositores que exercem outras funções nas escolas de samba como: ritmistas, integrantes da harmonia, intérpretes, cavaquinistas, etc. Mas que, acima de tudo, também integram o time dos POETAS comprometidos com o crescimento do nosso carnaval.
Sabemos que esta é apenas uma breve explanação inicial, portanto, pretendemos em breve retomar o tema.
Por enquanto, não podemos deixar de ressaltar que o samba-enredo é criado para ser cantado nas quadras e desfiles de carnaval, com o escopo de conquistar o coração de cada folião, de cada sambista, para que ao final possa ser aplaudido e reconhecido como um trabalho que nasceu na cabeça do compositor, mas que se perpetuará na voz do povo.
Sou Marina Zanchetta Vieira, Pedagoga formada pela Universidade Federal do Espírito Santo. Participo de composição de samba-enredo desde 2000, sendo que participei das composições dos sambas campeões na GRCES Unidos de Jucutuquara nos anos de 2002, 2004 e 2007. Como poeta, tenho poesias nas publicações do Varal de Poesias de Manguinhos e no livro do 1º Concurso de Poesia Audifax de Amorim.