ESQUENTANDO OS TAMBORINS
ESQUENTANDO OS TAMBORINS
Abram alas, deixem meu enredo passar!
Um novo site. Um novo tempo. E um novo jeito de escrever uma coluna sobre carnaval. Nesta semana inauguramos o site Ilha do Samba, um novo conceito de falar de carnaval, enquanto isso nas quadras, ateliers e barracões os carnavalescos e seus auxiliares também tentam criar um novo jeito de levar suas histórias para a avenida do Sambão do Povo.
Mas, antes que qualquer trabalho nos barracões ou na mesa dos compositores comece é preciso trabalhar com um dos quesitos mais esquecidos pelos capixabas o ENREDO. Você sabe o que isso significa? Pois é, muitos dos que estão lendo esta coluna devem ter pensado que enredo é a música que embala os foliões, mas não é.
ENREDO foi um dos últimos quesitos a ser criados no carnaval. Até a década de 60 no Espírito Santo, não havia tema definido, os compositores criavam vários sambas sobre diferentes assuntos e todos eles eram cantados enquanto os componentes brincavam de carnaval vestindo as cores da escola.
Desta década em diante, passou a acontecer o concurso de escolas de samba e para diferenciar uma da outra, foi exigido que apenas um tema fosse utilizado. Essa foi a primeira vez que a expressão “tema-enredo” foi abordada. Porém, ainda assim não tinha virado quesito.
Somente com a desvinculação das escolas de samba da União de Blocos (UBES) é que foi criado um regulamento que contemplasse o enredo. Que nada mais é do que o tema central apresentado em um desfile de carnaval. É através dele que uma escola de samba desenvolve e os elementos dramáticos, musicais, fantasias e alegorias que serão levadas para a avenida.
Cada enredo é criado com base em pesquisas históricas e deve ser avaliado como um roteiro que deve ter início, meio e fim bem definido por meio dos setores formados por fantasias e alegorias. A avaliação acontece tanto com o texto escrito, quanto pelo entendimento das alas e alegorias.
Este texto deve ser lido por todos os componentes das agremiações para criar ainda mais intimidade com o tema proposto pelo carnavalesco e entender o desenvolvimento dela no desfile. Os enredos podem ser baseados em históricos, fictícios, de homenagem, infantis, adultos, entre muitos outros.
Este é o quesito que abrange todos os demais. E será o tema da nossa coluna semanal aqui no Ilha do Samba. Vamos falar sobre as curiosidades, as novidades, as dificuldades de se desenvolver um determinado tema e também o que está sendo feito nos barracões para tirar o enredo do papel e transformá-lo em samba, fantasia e alegoria.
Conto com vocês!
Lucas A. Monteiro
Sugestões, críticas e reclamações podem ser enviadas para o e-mail: lucasmonteiro@ilhadosamba.com